Dargor Minian

Vive na Armênia, nasceu em meio a sua reindependência da União Soviética. Seus pais eram economicamente estáveis, uma família feliz e bem de vida estava a se iniciar. Serj Minian, pai de Dargor, era um ativista na luta contra a União Soviética. Não fora um soldado, mas sim, um político. Após a reindependência, ele assumiu uma cadeira na Assembleia Nacional, um homem muito religioso e amoroso com sua esposa e filho. Haykat, uma mulher de família nobre e que desistiu do caminho religioso para formar família, era maís rídiga e impunha logo de pequeno ao garoto a religião. A Armênia foi o primeiro país oficialmente cristão do mundo e a tradição da religião perdura até hoje. O garoto cresceu numa família rica e de bem, desde sua infância ele foi pressionado pelos pais a ser uma pessoa de índole imaculada, uma idéia nada agradável, é claro. Ao contrário do que seria normal, Dargor levou bem essa pressão de sua família, pois tinha o avô paterno para ajudá-lo. O velhote sempre levava Dargor para passeios na floresta próxima a mansão, o ensinava sobre as árvores, as plantas, os animais de uma forma muito mais interessante do que o garoto via na escola. Eram tempos difíceis para qualquer família armena, mesmo para a família de um parlamentar.

Os pais de Dargor eram cautelosos demais, o mantiam em uma rotina casa-escola e ele viveu toda sua infância se sentindo bastante solitário, muito mais depois que seu avô morreu. Os anos se passaram e o país foi se reajustando nos padrões de vida, as pessoas sentiam-se menos e menos oprimidas e com medo, mas o pequeno Dargor mante-ve se solitário. Ele gostava de passear pela floresta sozinho, ler um bom livro ou parar num banco do castelo Kjardoj, observar as pessoas passarem... na escola ele tinha poucos amigos, sempre fora retraído, mas não se importava. O que ele não conseguia era manter-se em casa.

Enquanto crescia, seus pais cada vez mais impunham a religião e os costumes antigos a ele. Dargor não acreditava em Deus, muito menos em um homem pendurado em uma cruz. Mas ele não brigava com seus pais, ele focava-se em fugir da presença dos mesmos, fingindo estar estudando a Bíblia aos 15 anos enquanto na verdade estava escutando Rhapsody of Fire com seu mp3 e jogando jogos eletrônicos ou lendo outra coisa que o interessasse. A adolescência passou-lhe rápido, sempre fora maduro para sua idade e não se revoltava com frequência, apenas mantia-se longe de todos. Aos 18 anos foi para a Faculdade de Psicologia e conseguiu se soltar um pouco mais. Adorava observar as pessoas e aplicar o que aprendia sobre o comportamento humano, mas nunca foi muito bom em interagir com elas.